terça-feira, 13 de novembro de 2012

Now it's for real!

Às vezes o que eu não dava para que o meu dia tivesse 36 ou 48 horas, em vez das apressadas 24 que, ocupando-se de todos os "deves fazer" e "tens que fazer", tão pouco tempo deixam para o que realmente nos dá prazer. Como escrever...

Quando era miúda queria ser escritora.. Mas isso foi antes de todas as apresentadoras de programas da manhã escreverem romances. Perdeu um certo encanto.

Bom mas voltando à ilha verde. Novo trabalho, nova rotina. Desta vez é uma coisa a sério, silenciosa, concentrada, responsável e eficiente. Não há cá perder tempo com cafés e cigarros para depois sair às 8 e dizer que o dia de trabalho não chega para fazer tudo e se deviam contratar mais pessoas para a cigarrada depois do almoço ser ainda mais animada. 

Agora sei o que significa eficiência e o que distingue as boas empresas das medíocres. Trabalho é trabalho. Cognac é cognac. Mas este último só acontece depois das 6, quando o escritório já fechou.

Em suma, gosto muito. Sinto-me desafiada, estimulada, espicaçada pelo cumprimento dos objetivos. 

Entretanto, tese terminada e entregue. 4 casas, 3 empregos e 2 países depois, escrevi a última palavra de um trabalho arrancado "a ferros". Não foi fácil, mas nada do que não é difícil tem o mesmo sabor, verdade?

O festejo de todas estas pequenas conquistas foi feito em Paris. Cidade da luz e do amor, de histórias contadas e de histórias escondidas, de beleza sem fim e um encanto sem par. Paris fica no coração de quem por ela passa e o nosso coração fica também um bocadinho lá com ela. É cidade para ir e voltar, voltar, voltar...

O meu Portugal, as minhas pessoas, verei em pouco mais de um mês. Habituei-me às saudades, o dia-a-dia ocupa a cabeça e ajuda saber que há sempre um abraço pronto para mim ao chegar a casa. Mas faz-me falta o cheiro a maresia da minha cidade, as noites quentes de Verão, o sol de Domingo no Inverno numa esplanada à beira-mar, a meia de leite e a torrada com manteiga, a pescada cozida com batatas e ovo, os jogos no Dragão na companhia de um avô babado dos seus netos portistas. 

Acho que é assim a vida de emigrante. É feliz, mas não completa. O que, vendo bem, seria verdade do mesmo modo se continuasse a viver em Portugal. Pelo menos assim aproveito sempre o melhor de todos os mundos.

E sou feliz.
Até já :)

PS. Mumi, Vós, ontem fiz sopa pela primeira vez na vida. E (quase) ficou parecida com a vossa! Yey!

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