segunda-feira, 25 de junho de 2012

Festa! (Outra vez?)

Nunca chega. Dublin foi festa, Dublin é festa!

Os últimos dias trouxeram festa tuga. Ah, como é bom ser português quando se está fora. Tudo sabe melhor, tudo parece mais alegre, mais incrível. Estamos nas meias e que venham nuestros hermanos! Quero festa tuga na final, quero vestir Dublin de vermelho e verde, coisa que não me parece muito difícil nesta cidade. O irlandês gosta do tuga, felicita-o, brinda-o com uma série de nomes famosos do mundo do futebol ditos com uma pronúncia que o faz rir. :)

Mas os últimos dias também trouxeram festa irlandesa. Um festival de Verão com chuva, galochas, lama, muita lama, impermeáveis, roupas molhadas e muitos agasalhos. No fundo, uma mistura do menos esperado com o mais apetecível: música, cores, amigos, cerveja, pessoas diferentes, todos iguais. 
Acho que a beleza e a harmonia da noite de Sábado foram de tal forma inspiradores, que a Irlanda nos brindou com um magnífico sol primaveril e uma temperatura que quase fazia lembrar um verdadeiro festival de Verão, durante todo o dia de Domingo. Até a soneca de poucas horas numa tenda montada em plena lama pareceu perfeita. Bem, pelo menos até ao momento em que foi necessário acordar na Segunda de manhã and get ready for work! :)

Foi dançar até cair, foi rir até doer a barriga, foi matar saudades do drum n bass e do dubstep, foi ter a certeza que com o tempo me vou apercebendo daquilo que me faz ter o coração cheio!

Foi realmente um festival cheio de Body&Soul. Pelo menos eu estive lá, de corpo e alma!

Ricardo Giga, meu coração, por lapso não foste mencionado no post anterior, mas foi fantástico ter-te cá. VAI ser fantástico ter-te cá, pertinho de mim :D

Até já ;)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ao "meu" mundo.

Estou embriagada de emoções. A última semana foi intensa, expectante, apaixonada, recompensadora, feliz!

Começou com a celebração (fnalmente!) do evento comemorativo do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Enquanto por terras lusas o nosso Presidente o festejou um dia mais cedo, por aqui fizemo-lo um dia mais tarde. Foi um evento requintado, sem grande solenidade, cujo objectivo era apresentar a algumas pessoas influentes na área do turismo e do comércio, o que de melhor se faz em Portugal. A prova de vinhos incluida nesta iniciativa foi bastante apreciada e desenrolou-se sem percalços, o que me fez inchar um bocadinho de orgulho, uma vez que a organizei todinha. Em todo o caso, o mais importante é que a presença dos "nossos" enchidos, queijos, frutas, doces regionais, licores, entre outras coisas, tornaram a celebração especial per se e conferiram-lhe aquele saborzinho a saudade da pátria-mãe que tanto nos caracteriza. 

O final do dia trouxe a recompensa merecida, não pelos agradecimentos públicos, mas pelo descanso e pelo sentimento de "mission accomplished". 

O último fim de semana foi da família. Tão bom abraçar de novo quem mais amamos, tão bom ter carinho de mãe na nossa nova casa, tão bom sentir que ainda ontem estivemos juntos! Sentir quem se ama dá-nos alento, mais coragem, mais vontade de seguir em frente. Não se matam saudades, essas existem sempre, mas pelo menos sente-se o cheirinho daquilo que nos é mais familiar, só para assegurar de que continua lá. 

Ter miminho de mãe aqui significou ter todos os outros, porque ela carrega com ela o meu mundo inteiro.

O resto é meu, cresce dentro de mim e faz-me, inesperadamente, feliz. 
Dublin é amor :)

Dedicado ao meu "mundo inteiro": Mumi, Inês, Joana, Papá, Alice, Luís, Iró, Rocha, Gi, Isa, Fi, Pedro * 
Sou feliz, por vocês. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Muito mais é o que nos une... ?

Portugal perdeu e a Irlanda também mas isso não impediu a festa. Eram bandeiras, eram cachecois, musica por toda a parte, pessoas a dançar nas ruas, cerveja. Somos mais parecidos do que alguma vez eu poderia pensar. Está tudo bem, mesmo que não esteja o melhor possível. O importante é estarmos juntos, haver música e podermos fazer a festa onde quer que seja. Se calhar é por isso que os portugueses que aqui vêm parar, raramente conseguem ir embora.

Não obstante as semelhanças nos fazerem sentir mais aconchegados, são as diferenças que mais enriquecem a nossa passagem por um país que não é o nosso. Falava-me esta semana uma querida educadora de infância que trocou o nosso jardim à beira mar plantado, por esta ilha não menos verde e não menos à beira mar, acerca dos seus medos relativamente a ser mãe e criar filhos aqui. Não que seja perigoso ou menos profícuo em termos de possibilidades futuras. É a cultura o que a preocupa. 

"Os nossos meninos com três anos no infantário brincam que vão ao café, que vão buscar os bebes a escola, que são mães e pais de outras crianças, enfim, o que sabemos. Mas a brincadeira favorita dos meninos irlandeses é a de que vão ao pub beber uma pint! Cada um tem a sua caneca e dentro da sala dividem tarefas: um serve as pints, outro bebe-as, outro anima a malta!"

De pequenino se torce o pepino. Digo eu e os irlandeses sabem-no bem, ao que parece!




No próximo post terá menção honrosa a festa comemorativa do dia de Portugal, oferecida pela Embaixada de Portugal na Irlanda.

Até já ;)


sábado, 9 de junho de 2012

Como o prometido é devido...

... este post é dedicado ao P.

Ontem foi noite de festa. Hoje é dia de festa. (Já tinha dito que Dublin é uma cidade animada?). Pela primeira vez em cinco de semanas de estadia, conheci uma discoteca dublinense. Um local estranho, confesso. Prefiro a música tradicional dos pubs e as 'pints' de meio litro do que a transcendência de loucura a que se assiste numa discoteca propriamente dita. É que quando lá se chega, as pessoas já estão bastante para lá de ébrias e pioram tudo com o corropio de shots duvidosos e copos de whisky famosos. Ao mesmo tempo, suponho que algo aconteça às hormonas assim que se passa a porta de entrada, porque o objectivo número dois de quem ali se encontra (o número um é, evidentemente, ficar ainda mais alcoolizado) é arquitectar mil e uma maneiras de seduzir o sexo oposto ou, pelo menos, de conseguir que este emita um sinal qualquer que faça crer "estou disponível", mesmo que esta tradução varie de acordo com a cabeça do "predador". Das duas uma, ou é de facto um transtorno hormonal ou é apenas uma questão de ego.

Não obstante o retrato não ser muito aliciante, foi uma noite divertidíssima. Um grupo multicultural, simpático e animado tornam qualquer lugar o melhor onde se pode estar. Até a música se torna dançável quando se tem um alemão com vergonha de dizer que tem a certeza que a sua seleção vai ganhar à nossa, uma norte-americana que faz uma coreografia para cada canção, de acordo com a letra, e um grego chamado Adonis mas que nega terminantemente ter esse nome. Foi bom, foi mesmo muito bom. 

Dublin também são as pessoas que se encontram. 

Quanto a hoje, é dia de festa, dia de jogo, dia de reunião tugo-germânica, independentemente do resultado.

Dublin também é aprender a viver no mundo inteiro.

Até já ;)

P *

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Continuando a por este mês em dia...

Dublin tem jardins lindíssimos (St. Stephen's Green, Marrion Square, Phoenix Park - que ainda não conheço), muitos museus e uma vida cultural agitadíssima.
Ir a um pub irlandês é uma experiência única. A primeira vez que entrei no Temple Bar, o Pub mais antigo de Dublin, senti-me num filme. Música ao vivo, "discos pedidos", karaoke live, pessoas a dançar, a beber, felizes a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer dia ou qualquer noite da semana.
O regresso do escritório a casa (caminho que são cerca de 10 minutos a pé) é a altura do dia em que mais me regozijo por estar aqui. E não. Não é por ser final do dia e o trabalho ter acabado até porque, e escrevo-o com toda a franqueza que me caracteriza, hoje em dia sinto-me uma sortuda por ter vindo parar a esta delegação.
Adoro regressar a casa ao final da tarde, porque as ruas vibram, sente-se a ansiedade por uma 'pint' (um "fino" como se diz na minha terra), quer chova a potes, quer brilhe um sol escaldante. É quase um ritual sagrado: sair do escritório, ir a um pub, beber uma pint, por a conversa em dia, seguir para casa, jantar e preparar para o dia seguinte.
Gosto mais ainda quando tenho a oportunidade de partilhar dessa euforia generalizada e vou eu própria a um qualquer pub beber uma pint, conversar com pessoas que ainda mal conheço e ouvir histórias vindas de toda a Europa, de todo o Mundo, de gente que se moldou a Dublin e a escolheu para sempre como sua também.
Lembro-me do primeiro dia de sol a que assisti em Dublin. Foi já perto do final de Maio e eu nem queria acreditar que estava a sair de casa sem casaco! Foi um dia incrível, com um almoço de terraço, janela do escritório aberta e, claro, a pint no final do dia. A Trinity College, universidade privada mesmo no centro da cidade, é o único local em Dublin onde é permitido beber ao ar livre. Se isto já seria motivo suficiente para encontrarmos a universidade cheia de gente todos os dias, juntemos-lhe os seus jardins maravilhosos, verdes à moda irlandesa, e o sol, tão raro por estas bandas e tão apreciado, tão amado, quando chega. Foi uma experiência incrível! Das melhores que tive até aqui. Ouvi inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e português. Ouvi gargalhadas altíssimas de felicidade genuína. Senti o pulsar da juventude que povoa Dublin e a Irlanda em geral. Senti-me em casa por estar num espaço com tanto a ver comigo!
Felizmente, conheço já algumas capitais europeias. Elejo Dublin como a capital da Alegria!

Até já ;)

O começo de uma nova vida...

Cheguei à Irlanda há pouco mais de um mês. Aterrei no aeroporto de Dublin às 4 da tarde do dia 4 de Maio. Comigo viajou uma panóplia de sentimentos frequentes em quem sabe que uma mudança radical está muito perto: nos olhos ainda algumas lágrimas partilhadas com quem me viu partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, no sorriso a expectativa e a admiração por tudo o que, de novo, me ia surgindo. 
Dublin apresentou-se cinzenta, ventosa e com chuva, mas simpática, aberta, movimentada e cheia de vida. A primeira viagem de táxi arrancou-me algumas gargalhadas. Que divertido andar em "sentido contrário" e sentir que, de repente, um autocarro gigante nos vai bater de frente ou que a polícia vai surgir a qualquer momento para nos alertar do perigo público que constituimos!
Primeira noite, primeiro jantar em grupo. Portugueses simpáticos, calorosos e hospitaleiros também em busca de uma nova vida, de uma que seja melhor do que a que deixaram para trás. Segunda noite, nova confraternização "tuga" e apercebo-me da comunidade enorme que somos aqui. Somos felizes, temos garra, temos formação. "Não é difícil ficar", dizem-me. "Difícil é ir embora, depois de estares aqui". "Será?", penso eu. O coração ainda bate por Portugal e pelo que lá ficou, mas o presente é agora e preciso dele para construir o futuro que almejo. 
Chegar numa Sexta ajudou-me a relaxar, a pensar e a procurar casa com alguma calma. Não ficar num hostel por ter a sorte de alguém me acolher com tanta prontidão e disponibilidade foi também fundamental.
Não foi difícil encontrar um cantinho para mim. Percebi que era aquela casa assim que lá entrei. Centro da cidade, uma rua movimentada, uma sala acolhedora e um "flatmate" italiano e simpático constituiram os ingredientes fundamentais para a minha escolha. 
O primeiro dia de trabalho foi também fundamental na minha adaptação. Quem disse que os "Aiceps" não trabalham? Trabalham sim, desde manhã até ao final da tarde. A motivação sente-se no ar, o espírito é de luta, de determinação em contrariar o sentimento geral de conformismo com a situação que o nosso Portugal, o nosso querido Portugal, nos oferece. 
A pouco e pouco vou-me sentindo mais parte desta cidade, deste estilo de vida, desta alegria irlandesa que não se coaduna com o clima de Inverno em pleno Verão. Talvez porque este Inverno constante torna as pessoas mais próximas, mais frequentadoras de lugares comuns a todos, mais consumidoras de bebidas que aquecem a alma (e o resto do corpo!). São as pessoas que fazem os lugares e esta ilha verde consegue surpreender todos os dias pelo calor humano que transmite, pela agitação de todos os que aqui vivem e por receber tão bem todos aqueles que para aqui mudam as suas vidas.

Esperando que acompanhem as minhas aventuras com o mesmo entusiasmo com que as vivo...

Até já! :)