segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Escrever-te.

Amar-te.
E saber que nunca mais estaremos sós.
Caminharemos juntos, de braços entrelaçados, num futuro que escolhermos viver.
Aprender-te. Sonhar-te. Sorrir-te. 
Acordar ao teu lado e saber que, pelo menos aqui dentro, enquanto aqui estamos, o mundo gira no sentido certo.
Abraçar-te de manhã e apertar a tua mão ao adormecer.
Ter medo de te perder. E vontade de te viver!
Admirar-te.
Ver-te chegar ao final do dia e saber, meu amor, que nada me traz mais felicidade.
Por isso gosto de chegar antes de ti. Nesses momentos sei que apenas o amor pode trazer tanta luz.
Conhecer-te.
Saber o lugar que ocupas. E não duvidar nunca dos lugares que gostas de ocupar.
Prever os teus humores e acreditar, inocentemente, que te protejo dos teus temores.
Desejar-te.
Sempre e para sempre mais. 
Agradecer-te.
Pelo que veio e pelo que há-de vir. Pelo que és e pelo que serás.
Mas, sobretudo, pelo que me fazes ser e por me deixares acreditar que os sonhos comandarão a minha, a nossa vida.
Esperar-te. Encontrar-te. Viver-te. 
Sempre. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pura poesia.

Tenho um sonho. Não. Tenho muitos sonhos. Muitos, enormes, muitos deles muito difíceis de concretizar. Nunca tive medo de sonhar.

Mas este sonho em particular tem-me desassossegado o espírito. Tem-me feito pensar que nada valerá a pena se um dia, tendo a oportunidade de refletir naquilo que foi a minha vida, chegar à conclusão que falhei a realização deste.

Quero ser escritora. Escritora de histórias e historinhas e romances que nunca acabam, porque quem os ler irá eternizá-los na memória e no coração.

Quero escrever à mão. Passar os meus dias só com o meu bloco de notas e a minha caneta e escrever até me doer o pulso. Guardar o que é meu só para mim. Dar aos outros o que é dos outros. Dar amor através das palavras e receber amor através da leitura.

Quero ser abraçada através das páginas preenchidas por mim. Dar uma vida nova a personagens que já são reais numa outra vida que não escolheram. Ou criar vidas totalmente novas, únicas como todas as vidas, mas em nada diferentes de todas as que já existem.

Quero viver em todas as cidades do mundo e construir caminhos entrelaçados nas minhas linhas. Quero criar amores e desamores em Lisboa, em Nova Iorque, em Pequim e em Nairobi.

Quero pertencer a 1814 e a 1929 do mesmo modo que 1989 me tem. Quero estar em todos os períodos de tempo que me fascinam e sobretudo em todos os que me assustam. Quero sonhar no passado e viver no futuro. E escrever agora.

Quero muito e acima de tudo que as minhas palavras, os meus textos e tudo o resto que eu for construindo, chegue aos meus descendentes. Que eles vejam mais com o coração do que com os olhos como eu tento sempre fazer, porque só assim se vê realmente bem.

E para além disto tudo, quero realizar coisas fantásticas, ver o que nunca vi e assistir à criação do que nunca foi criado. Quero muito e quero muito pouco:

O mesmo abraço de bom dia todos os dias da minha vida é, em si mesmo, pura poesia. Estará sempre muito dele em cada letra minha.

Até já.
Ana